Ou seja, se o seu Xbox 360 fruto de contrabando pifar (o que, na época das famigeradas Três Luzes Vermelhas, era algo bastante comum), você precisará contar com a “assistência técnica” do vendedor que, além de não ser a oficial, na maioria das vezes é de apenas três meses, o mínimo previsto pelo Código de Defesa do Consumidor.
Oficial ou não, eis a questão
É evidente que o maior atrativo do produto contrabandeado é o preço – afinal, ele dribla a sopa de letrinhas dos impostos brasileiros que inclui IPI, PIS, COFINS e ICMS, além da margem de lucro do publisher e da revenda, dentre outros custos. Tudo isso faz um videogame que é vendido nos EUA por US$ 249 (cerca de R$ 473) chegar ao Brasil pelo triplo do valor – ou mais.
Na última quarta-feira (5) começou a ser vendido no Brasil a versão do Xbox 360 montada em Manaus, iniciativa que reduziu o preço do console em 40%. Com os incentivos fiscais decorrentes da ação, agora o videogame sai por a partir de R$ 799, em sua versão mais simples, com memória de 4GB. Ainda é um pouco mais caro que o contrabando, mas mesmo assim foi um grande passo para “oficializar” um pouco mais a indústria de games brasileira.
Sony e Nintendo ficaram em posições delicadas, pois permanecem com a política de vender seus consoles no Brasil via importação, e se calam quando perguntadas sobre a intenção da fabricar no país, tal qual faz a Microsoft. Em compensação, o Governo admitiu recentemente que as duas fabricantes nipônicas já negociam para manufaturar Wii e PlayStation em território local.
Se a redução da carga tributária é possível? Bem, há iniciativas como o movimento Jogo Justo, capitaneado pela Acigames (Associação Comercial, Industrial e Cultural dos Games) e de grande apelo popular, e um suposto lobby de longa data feito por Microsoft, Sony e Nintendo junto ao Governo. Porém, até o momento quem vai às lojas oficiais ainda se depara com preços muito diferentes daqueles praticados nos EUA.
O consumidor deve estar atento aos benefícios em comprar o produto oficial e o risco que assume ao comprar um produto de contrabando. As empresas como Sony, Microsoft e Nintendo, por sua vez, precisam se esforçar para adaptarem-se à realidade do mercado nacional de games, com potencial de sobra para ser o maior da América Latina (hoje estamos atrás do México), mas sem superestimar o bolso do brasileiro.
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