quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Grand Theft Auto V

INTRODUÇÃO

Anunciado pela Rockstar Games em 2011, "Grand Theft Auto V" leva os jogadores para um passeio no submundo criminoso da ensolarada San Andreas, uma versão fictícia da Califórnia. A trama acompanha as desventuras de Michael, Franklin e Trevor, trio de bandidos metidos em confusões até o pescoço.

O jogo permite assumir o controle de qualquer um dos personagens quase a qualquer momento, o que permite grandes reviravoltas narrativas. Também oferece um imenso mundo aberto para explorar - Los Santos e o Blaine County são bem maiores e mais populosos do que os últimos jogos da Rockstar, como "GTA IV" e "Red Dead Redemption".

Em "GTA V" você vive uma grande história de ladrões digna dos melhores filmes do gênero. Só a campanha principal já consumirá bem umas 36 horas da sua vida, mas você vai voltar diversas vezes, seja para encontrar os diversos colecionáveis, praticar atividades paralelas ou pelo simples prazer de dar uma volta e se meter em encrencas nas ruas de Los Santos.

PONTOS POSITIVOS

  • Roteiro cinematográfico
  • Quem não gosta de uma boa história de ladrões? Bandidos e gangstêrs são personagens imorais, tentam levar uma vida fácil enganando e roubando outras pessoas, mas o que torna essas tramas fascinantes é a esperteza, o risco, os dramas pessoais de seus protagonistas desprezíveis. É assim que a fórmula funciona em "Os Bons Companheiros", "O Grande Golpe", "O Poderoso Chefão", "Breaking Bad", "Caçadores de Emoções", "Fogo contra Fogo", "Golpe de Mestre" e "11 Homens e um Segredo", entre outras tantas obras sobre a não tão glamurosa vida bandida.

    Com "Grand Theft Auto V", a Rockstar Games não só homenageia todas essas histórias, mas também escreve sua própria parte da mitologia criminosa: um conto de três bandidos, suas famílias, amigos e inimigos, perseguições policiais e claro, grandes e ousados assaltos.

    Com três protagonistas vivendo suas tramas ao mesmo tempo, o jogo não sofre com uma história arrastada: sempre que a participação de alguém chegou ao ápice, você passa para um dos outros personagens. As histórias vão se mostrando cada vez mais interligadas e instigam o jogador a continuar para ver o que vai acontecer.

    Mais do que um filme, "GTA V" é um jogo e coloca nas suas mãos a ordem com que você vai acompanhar seu enredo. É a sua percepção que vai ditar os momentos finais da eletrizante saga de Michael, Franklin e Trevor.
  • Personagens complexos
  • Em mais de uma ocasião, você vai se pegar pensando qual é o menos desprezível dos protagonistas de "GTA V". Franklin é o que mais se assemelha aos protagonistas dos "GTA" anteriores: um rapaz pobre de South Los Santos que quer subir na vida do único jeito que conhece, roubando e aplicando golpes. Ele está sempre em estado de negação sobre o que faz, tentando justificar suas escolhas com a boa vida que alcançou, mesmo que tenha deixado sua família e amigos para trás.

    Michael é um bandido em crise de meia-idade, saindo da aposentadoria para se livrar das frustrações domiciliares. Com uma família totalmente disfuncional e a culpa pelos crimes do passado o assombrando, você fica com a impressão de que ele é a maior vítima de "GTA V". Seus defeitos demoram um pouco para se fazer notar mas uma vez percebidos, estão sempre lá, incomodando o jogador.

    Por sua vez, Trevor é um psicótico assumido, um matador inconsequente dado a ataques de fúria quando questionado sobre seu sotaque canadense ou sobre a profissão de sua mãe. Na cena em que você assume o controle do personagem, tudo  é feito para que você tenha asco de Trevor. Aos poucos sua vida atribulada e infância difícil são reveladas em conversas e situações bizarras. Nada que justifique suas ações, ao menos aos olhos de uma pessoa 'normal'.

    É incrível como ao dar o controle desse trio para você, a Rockstar fomente uma empatia com cada um deles. É difícil, depois de dezenas de horas de jogo, julgar com frieza os atos e comportamentos de cada um deles. Mesmo que você saiba que estão todos errados, eles são complexos o bastante para despertar carinho, interesse e uma forma bizarra de amizade.

    Isso funciona de maneira perfeita em várias missões da metade do jogo em diante: você teme pela vida dos personagens, se importa com o que eles falam um para o outro e com o que acontece em suas vidas particulares. É um nível de imersão muito superior ao que a Rockstar conseguiu antes em seus jogos - o mais próximo foi com John Marston, o caubói de "Red Dead Redemption".
  • Missões espetaculares
  • Um dos grandes acertos de "GTA V" é o ritmo de suas missões: os 'heists' - ou golpes, em português - pontuam toda a campanha e são responsáveis por manter o jogador colado na beira do sofá em seus melhores momentos. Com o inteligente sistema de checkpoints vindo de "Ballad of Gay Tony", você não precisa se preocupar em voltar todo o percurso da missão ao cometer um erro e isso permitiu que a Rockstar introduzisse todo tipo de atividade arriscada em suas tarefas.

    Durante as mais de 30 horas da campanha, você vai pegar uma moto e perseguir e saltar em um trem em movimento, roubar armamento pesado de uma companhia militar privada, encarar traficantes em uma boca de fumo, fazer rapel pendurado em um helicóptero, dirigir um caminhão-cegonha cheio de esportivos exóticos em uma fuga em alta velocidade, só para citar alguns exemplos. Os preparativos para os golpes envolvem tarefas menores, como descolar e esconder um carro de fuga, mapear o local do roubo ou comprar máscaras para esconder a identidade do grupo.

    São tarefas que envolvem o jogador no plano e passam a sensação de fazer parte de um grande golpe criminoso - e na hora de execução, é legal ver como as escolhas que você fez na preparação influenciam a tarefa.Talvez o mais divertido nas missões seja a forma como "GTA V" deixa o controle totalmente na mão do jogador em seus momentos mais cruciais: quando o grupo precisa fugir de uma gangue e da polícia ao mesmo tempo, os outros personagens se voltam para o jogador e pedem que ele escolha o caminho, por exemplo. Diferente de um "Call of Duty" ou de outros tantos jogos atuais, você não precisa seguir os passos de outra pessoa. Aqui, é você que mostra o caminho para o grupo.
  • Controles precisos
  • Encarar as missões de "GTA V" seria terrível sem controles precisos. Porém, a Rockstar caprichou desta vez. O jogo entrega o melhor sistema de direção já visto na série, bem similar ao de "Midnight Club", sua franquia de corrida. Também acerta a mão nos tiroteios e na pancadaria - dois pontos que sempre foram problemáticos em "Grand Theft Auto".

    Outro sistema que está bem mais refinado em comparação ao que foi feito antes pela Rockstar é a pilotagem: tanto aviões quanto helicópteros estão melhores de guiar, tanto no ar quanto na hora de aterrisar. Depois de algumas tentativas - ou de umas aulinhas no aeroporto - você domina a arte da pilotagem de "Grand Theft Auto V".

    O game mantém o sistema de cobertura adotado em "GTA IV", mas diversifica o arsenal disponível para o jogador. Entre pistolas, submetralhadoras e fuzis, surgem opções como lança-foguetes, armas de choque, explosivo plástico e galões de gasolina, só para citar algumas.Cada personagem pode ter suas habilidades aprimoradas com a prática: você fica mais resistente correndo e nadando, melhora seu fôlego ao mergulhar e adquire mais precisão no volante disputando corridas ou simplesmente guiando por aí sem bater.

    Para melhorar a pontaria, a forma mais rápida é praticar nas galerias da AmmuNation, mas mandar bala nos inimigos também ajuda.Por fim, as habilidades especiais de cada personagem dão um nível extra de controle e estratégia ao jogo: Michael pode atirar em câmera lenta, como o colega Max faz em "Max Payne 3"; Trevor entra em um estado de fúria onde dá mais dano e fica quase invulnerável por alguns segundos; Franklin, por sua vez, pilota em câmera lenta, um truque excelente na hora de escapar de perseguições em alta velocidade ou fazer curvas muito fechadas.
  • Mundo vivo
  • Los Santos e o Blaine County são um pedacinho do estado de San Andreas em "GTA V". Além da metrópole, existe um deserto, zonas rurais, cidadezinhas do interior com prédios caindo aos pedaços, fábricas de drogas, pistas de pouso clandestinas, montanhas e até mesmo regiões submarinas para explorar.

    Motoqueiros rondam o interior, gangues de rua dominam os becos de South Los Santos e as pessoas tocam suas vidas cotidianas, vão as compras, postam comentários ácidos em redes sociais e assistem programas de TV. Em Vinewood, estrelas do cinema são perseguidas por paparazzi e turistas tiram fotos com atores fantasiados na calçada da fama. Tudo isso acontece à revelia do jogador e é divertido observar a quantidade de detalhes que a Rockstar colocou em cada pedaço dessa nova San Andreas.

    É um mapa enorme e cheio de coisas para ver e fazer, habitado por muitos personagens curiosos que tocam suas vidas e se metem em suas próprias confusões - às vezes, com a participação dos protagonistas do jogo. Você pode comprar roupas em diversas lojas, adquirir propriedades, navegar na internet, perder tempo nas redes sociais fictícias do game, 'tunar' seus carros e ir ao barbeiro. Pode visitar um clube de strip-tease ou ir ao cinema, assistir filmes com até meia hora de duração. Ou, para levantar uma grana extra, assaltar lojas de conveniência.
    Seja em encontros aleatórios ao estilo de "Red Dead Redemption" ou com missões secundárias, você vai conhecer várias figuras pitorescas da região e além de se divertir, imergir ainda mais no mundinho do jogo.
  • Para um público maduro
  • "GTA V" oferece uma porta para dentro de um mundo fascinante, mas que exige uma certa maturidade para ser apreciado em toda sua extensão. Por trás das situações exageradas que o jogo apresenta, existe um senso de humor ácido típico da Rockstar. Los Santos é como uma caricatura da sociedade norte-americana comtemporânea, com a crise imobiliária e uma obsessão por reality shows, jogos de tiro em primeira pessoa e redes sociais.

    Boa parte das notícias, programas de TV e diálogos apresentam uma versão sem máscaras da socidade atual, seja a máscara da propaganda comercial ou a do politicamente correto.
    O jogo aborda temas espinhosos, principalmente para os norte-americanos, como o emprego de tortura pelo governo e a perseguição aos imigrantes - Trevor é constantemente vítima de ofensas racistas por causa do seu sotaque canadense.

    Na maior parte do tempo, "GTA V" faz suas críticas sociais com desenvoltura e usando piadas e situações infames para demonstrar o ponto de vista de seus produtores. Em uma única situação, porém, a mensagem é bem direta e é dada da maneira mais tensa possível, ao colocar o jogador para executar uma sequência de ação das mais agressivas e desconfortáveis já vistas em um jogo.

    Para completar o quadro, espere por cenas de sexo quase explícitas, nudez masculina, consumo de drogas, uso constante de palavrões e muita violência. Como bem aponta o selo da classificação indicativa na capa do jogo, "GTA V" não é um game para crianças.
  • Replay elevado
  • Depois que você terminar a campanha principal, ainda há muito o que fazer em "GTA V". Seja praticando seus passatempos favoritos como triatlo, corridas de carro, quadriciclo ou jetski, seja disputando circuitos de golfe, você pode passar um bom tempo melhorando sua pontuação e conseguindo medalhas melhores - e exibindo esse resultado para os amigos no SocialClub, a rede social da Rockstar.

    Missões extras envolvem coisas como contrabando de armas - por terra ou de avião - e caçar fugitivos da lei em troca de recompensas. Elas são bem diversificadas e no segundo caso, difíceis: a única pista é uma foto do alvo e uma vista aérea da região onde foi visto pela última vez.

    Também pode refazer qualquer missão pela qual já tenha passado, em busca de um resultado melhor, cumprindo os objetivos bônus delas ou tentando abordagens diferentes - principalmente nos golpes que oferecem maneiras alternativas de serem realizados.
    O jogo também oferece vários colecionáveis escondidos pelo mapa, sendo que alguns deles exigem que você comece determinadas missões secundárias. São peças de uma misteriosa nave espacial, pedaços de cartas que desvendam um assassinato sinistro em Vinewood, partes de um submarino perdidas no fundo do mar, uma dúzia de maletas perdidas com muito dinheiro e por fim, os folhetos Epsilon, que explicam o que exatamente é o culto no alto da montanha no meio de Blaine County.
  • Localização excepcional
  • No Brasil, "Grand Theft Auto V" conta com legendas, menus e alguns outros detalhes em português. Nada de dublagem em nosso idioma, o que não é ruim, pois você não perde o ótima interpretação dos atores originais. A ausência de dublagem não desmerece o trabalho de localização feito pela Rockstar. E é localização mesmo, não só tradução.

    As conversas entre Franklin e seu amigo Lamar são um ótimo exemplo: no original em inglês, são quase ininteligíveis, recheadas de gírias da malandragem da Costa Oeste norte-americana. Nas legendas, o espírito se mantém com o uso de expressões como 'vida loka' e até gírias engraçadas, como o cumprimento "de boa na lagoa". Os personagens de South Los Santos, em geral, falam como os 'manos' das periferias brasileiras. Já os caipiras do interior tem seus próprios coloquialismos e assim por diante.

    Nos quadros onde são planejados os assaltos, tudo está escrito em português, facilitando ainda mais o entendimento dos jogadores que não dominam o idioma inglês. E por fim, os tradicionais "Wasted" e "Busted" que indicam quando o jogador 'morreu' ou foi preso foram substituidos por expressões mais brasileiras: "Se fodeu" e "Perdeu, Playboy", respectivamente.

    Algumas conversas não tem legendas, infelizmente, como ao entrar na barbearia ou ao pegar um táxi. Mas de forma geral, o trabalho de localização é excepcional, um dos melhores já realizados para o nosso mercado.

PONTOS NEGATIVOS

  • 'Bugs' de instalação
  • Para um jogo tão vasto quanto este, é incrível como acontecem poucos 'bugs', aqueles infames erros de programação. Durante todo meu tempo em "GTA V", vi poucos problemas de colisão ou 'pop-in' (quando o cenário se forma diante dos olhos do jogador). Nenhum deles me impediu de terminar alguma missão.

    Problemas desse tipo são mais frequentes quando o jogo está instalado no disco rígido, seja no Xbox 360 ou no PS3, no caso da versão digital vendida na PS Store. A melhor maneira de jogar "GTA V", por enquanto, é fazendo apenas a instalação obrigatória de 8 GB e rodando o game no disco.
  • Garagem defeituosa
  • Um 'bug' recorrente do jogo envolve o funcionamento das garagens: cada personagem possui algumas delas espalhadas pela cidade e elas servem para guardar os carros que você adquiriu, seja roubando ou comprando com seus suados dólares virtuais. Como você pode modificar os veículos, é natural que queira guardar os seus bólidos favoritos.

    Porém, uma falha de programação faz com que alguns carros desapareçam das garagens do jogo. Seria um problema pequeno quando você apenas rouba carros aleatórios nas ruas, mas é uma coisa muito chata quando pagou $ 3 milhões por um tanque de guerra e descobre que ele não existe mais.

    A Rockstar está ciente desse problema e informou que está trabalhando para resolve-lo. Porém, até que uma solução seja lançada, é bom tomar cuidado com os carros que você tem na garagem.

Call of Duty: Ghosts

INTRODUÇÃO


A Infinity Ward, o famoso time que desenvolveu "Call of Duty 4: Modern Warfare", está de volta para o campo de batalha com uma nova subsérie do jogo de tiro mais popular da atualidade.

"Call of Duty: Ghosts" se passa em uma realidade alternavita na qual os EUA não possuem mais o status de superpotência e são ameaçados por, quem diria, países da América Latina que se uniram em uma aliança conhecida como 'A Federação'.

Além da história, o jogo traz novidades substanciais para o modo multiplayer que vão fazer com que as noites desse fim de ano fiquem ainda mais animadas.

PONTOS POSITIVOS

  • Mesmo com clichês, a história é boa
  • Não há segredo aqui. Assim como aconteceu em todos os outros jogos da série, "Ghosts" é um passeio de montanha russa no qual o jogador é levado para locais nunca antes imaginados.

    O início do game se passa no espaço, mostrando uma arma dos EUA orbitando nosso planeta. Essa arma, Odin, é capaz de destruir qualquer nação do mundo em questão de segundos, mas é tomada pela Federação. Isso marca o início de uma era de desolação e medo para os norte-americanos.

    VOCÊ MANDA

    • Divulgação
      Envie os seus vídeos com as melhores e mais divertidas jogadas no "Call of Duty: Ghosts"
    Você vai encontrar todos os tipos dos clichês que marcaram a série, como a câmera lenta para dar um tiro no vilão, a morte de uma pessoa importante diante de seus olhos, ou até mesmo uma cena em particular que foi reaproveitada – e que acabou gerando um certo desconforto para a IW.

    Mesmo assim nada disso importa, afinal, mesmo com esses clichês, a história serve ao seu propósito - que é criar um novo cenário para um novo "CoD".

    Além disso, há momentos simplesmente de tirar o fôlego e genuínos, como o início da campanha que mostra a batalha espacial, ou os momentos que você controla Riley, o cachorro que virou 'meme', e até mesmo uma cena tirada de "Missão: Impossível III". As partes de tensão, com ação mais lenta onde é necessário ter calma antes de apertar o gatilho, são as mais impressionantes de toda a série. Você vai adorar descer de rapel por um prédio ou até mesmo de nadar no oceano ao lado de tubarões.

    A dublagem em português não interfere na experiência, pois ela não chega ser tão excepcional quanto em "The Last of Us", mas também não incomoda ao ponto de você trocar para o inglês. Talvez a escalação de atores poderia ser diferente em alguns casos, mas isso não chega a ser um ponto negativo, nem positivo.

    Se "Ghosts" fosse um filme, provavelmente a nota seria pior à que você vê aí em cima, mas (felizmente) esse é um jogo e, com clichês ou não, a campanha é muito, mas muito empolgante e surpreendente. Vale a pena conferir antes de pular para o que mais importa: o multiplayer.

  • Gráficos sensacionais
  • Outra coisa que impressiona é que a cada ano "Call of Duty" consegue trazer gráficos impressionantes, tanto nos videogames quanto no PC – e teria que ser assim, afinal as configurações mínimas são abusivas.

    "Ghosts" consegue tirar leite de pedra e, mesmo que as texturas não sejam em alta definição, existem detalhes que aos olhos mais atentos chamam a atenção, como as roupas de mergulho ou dos trajes espaciais. Os lugares também são pitorescos, como a floresta amazônica ou a estação de petróleo na Antártida, que trazem no mínimo um ar de surpresa ao visitá-los.

    Quando o tiroteio está rolando solto, "Ghosts" mostra que é competente em segurar a bola, minimizando os momentos de queda de animação. Uma explosão ao seu lado não vai reduzir a taxa de FPS (frames por segundo), nem mesmo quando a explosão é no espaço e o cenário inteiro está pegando fogo.

    Aliás o visual é outro ponto que justifica a sua passagem pela campanha solo, pois é lá que os gráficos são levados ao limite.
  • Crie seu soldado
  • Já entrando no âmbito do modo multiplayer, uma das coisas que mais chama atenção é o Crie seu Soldado, uma opção na qual você pode personalizar até 10 combatentes para as mais variadas situações.

    Em cada soldado existem 6 configurações de equipamentos, sem contar os 'perks', 'scorestreaks', classes e outros detalhes menores que estão ali para que você consiga montar sua tropa da forma que desejar. Para chegar a esse nível de personalização a Activision diz que são mais de 20 mil combinações possíveis.

    Entretanto, esse nível de customização é uma faca de dois gumes, pois ao mesmo tempo em que os aficionados por "CoD" vão se deliciar para conseguir montar o soldado perfeito, os novatos e jogadores de fim de semana não vão conseguir sequer arranhar a camada superficial da personalização, devido à quantidade gigantesca de opções. Felizmente o game já possui alguns kits pré-definidos para ajudar os desgarrados.
  • Mapas maiores e melhores
  • "Call of Duty" chegou a um ponto de sua popularidade que tanto faz o que os produtores colocarem no disco que o game vai vender mesmo assim, mas isso não significa que eles façam apenas atualizações de mapas de games anteriores.

    Uma das novidades é que em "Ghosts" os mapas são maiores, fazendo com que as brigas de faca sejam menos frequentes e as estratégias fiquem ainda mais diversificadas. Uma dessas novidades é a adição das armas que são uma mistura entre rifles de assalto com os de precisão, abrindo a possibilidade de vasculhar um local antes de entrar correndo como um louco desvairado.

    Além disso, agora diferente dos games anteriores, existem diversos caminhos para chegar aos objetivos, o que dificulta a vida dos campers que devem ficar atentos a mais de um logal de entrada.

    Vale lembrar que, com os mapas maiores você passa mais tempo vivo e tem até mais chance de fazer mais pontos, porém, isso reduz a quantidade de confronto direto, algo que é adorado pelos fãs da série. Se você é um desses não se desespere: existem sim mapas mais confinados, propícios para o festival de facadas que você procura.

    A Activision prometeu mapas destrutíveis e eles até existem, mas sendo bem crítico, essas partes que são modificáveis não chegam aos pés do que podemos ver em "Battlefield 4". Geralmente as partes que podem ser destruídas apenas abrem novos caminhos e fecham outros. Nada além disso. É legal sim, mas já vimos isso ser executado de forma melhor.
  • Modo Extinção é muito divertido
  • Para finalizar, o modo cooperativo Extinção é uma das coisas mais bacanas de "Ghosts". Ele é uma mistura entre defesa da base com "Left 4 Dead", mas no lugar dos zumbis, aqui você enfrenta alienígenas malucos e imprevisíveis.

    Você é jogado em cum campo de guerra com até 3 amigos  e juntos vocês devem defender uma região dos alienígenas, porém eles podem aparecer de virtualmente de qualquer lugar, inclusive de baixo de seus pés, tonando as partidas mais desafiadoras e imprevisíveis.

    Esse modo também tem armas únicas, como a faca controladora na qual você transforma um inimigo em aliado. Além disso o trabalho em equipe é valorizado ao poder compartilhar armas e equipamentos com os outros integrantes do time - quem ficou sem munição no modo zumbi de "Black Ops II" sabe bem disso. Com isso você pode ajudar seus aliados a ficarem mais tempo vivos, e isso traz momentos que misturam coisas engraçadas com outros mais tensos e desafiadores.

PONTOS NEGATIVOS

  • Personagens sem carisma
  • Como "Ghosts" é uma montanha russa, existem seus pontos altos e pontos baixos. Nem tudo é bom – e as pequenas ressalvas estão espalhadas nos pontos positivos desta análise. Porém nada é mais decepcionante do que os personagens principais.

    A história gira em torno dos irmãos Logan e Hesh e o pai deles, Elias. O jogo se esforça a contar uma história onde os irmãos lutam juntos para salvar o mundo da ameaça da Federação e essa parte é bem contada, porém em nenhum momento você vai realmente se importar com os personagens.

    Eles são dispensáveis e totalmente sem carisma. A ligação que eles são irmãos e que devem fazer de tudo para se ajudar é jogada na sua cara o tempo todo, porém esse esforço da Infinity Ward é fútil, pois Logan é o típico soldado mudo de "CoD" e Hesh é só um chato que fica mandando Logan fazer as coisas realmente perigosas, como se quisesse ferrar seu irmão e não se arriscar.

    Em nenhum momento senti que essa ligação entre os personagens fosse algo realmente importante para a história. Se você fosse apenas um soldado acima da média disposto a fazer qualquer coisa para salvar o mundo, seria melhor e mais coerente. Mas "Ghosts" se enrola com o drama familiar que é totalmente dispensável.
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pes 2014


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"Pro Evolution Soccer" pega emprestado o motor gráfico Fox Engine, da Kojima Productions, equipe da série "Metal Gear", e promove mudanças e ajustes radicais à série, tudo para se renovar e continuar na briga com "FIFA" pela preferência dos fãs de futebol virtual.

De cara, "PES 2014" exibe um visual lindo e um sistema de controles realmente novo e diferente, que oferece novas possibilidades de jogadas, dribles e controle de bola.

Apesar de cortes no conteúdo, o título volta ao mercado brasileiro com elementos já consagrados da franquia, como a Master League online, narração e comentários de Silvio Luiz e Mauro Beting e todas as equipes da primeira divisão do Campeonato Brasileiro - além do Palmeiras e outros três times da série B.

PONTOS POSITIVOS

  • Gráficos incríveis
  • A mais notável novidade de "PES 2014" é o visual renovado, turbinado por uma versão do motor gráfico Fox Engine - algo já dito à exaustão pela Konami.

    De longe, é o futebol mais bonito nos videogames atuais, com belos efeitos de luz e animações suaves e realistas. Em movimento, "PES 2014" lembra muito uma partida de futebol vista pela televisão.

    De perto a situação muda bastante. Alguns detalhes impressionam, como o efeito do tecido das camisas balançando e dobrando e o cabelo de alguns jogadores, mas algumas feições são estranhas e artificiais,.

    Há também um estranho efeito de suor que mais deixa os jogadores com cara de boneco de plástico do que pessoas reais, mas dá para passar batido.

    O que não dá para ignorar são grotescos slowdowns em vários momentos: câmeras que mostram campo e torcida ao mesmo tempo sofrem com atrasos terríveis, enquanto mesmo durante os jogos é possível sofrer com pequenas travadinhas que podem comprometer o ritmo da partida.
    Algo que não está exatamente ligado à nova engine, mas sim à parte é o visual são os menus. Arcaicos, lentos e confusos, acabam irritando às vezes e tirando um pouco do prazer de jogar. Imagine então na Master League, em que menus são importantes e aparecem o tempo todo.

    Em linhas gerais, "PES 2014" traz um visual incrível, muito superior às versões anteriores, mas que cobra um preço um tanto quanto alto.
  • Potencial de sobra
  • Grande potencial. Essa é a expressão que define melhor "PES 2014". As mudanças promovidas nos controles empolgam e, em lampejos, mostram sinais de um futebol complexo, elaborado e empolgante. Mas é só assim mesmo, em brevíssimos momentos.

    No resto do tempo, "PES 2014" parece deixar de lado todo o aprendizado feito nesta geração de videogames ao apresentar um futebol ainda em fase de formação, com muitos problemas e detalhes para corrigir e polir.

    É de se entender: trata-se de um jogo que usa uma versão modificada de uma engine preparada principalmente para os consoles de próxima geração, o que sugere que eventuais versões de "PES" para PS4, Xbox One e outras máquinas serão muito melhores.

    O poder gráfico superior destes aparelhos deve ajudar a corrigir problemas como a inteligência artificial ainda falha, os goleiros incompetentes e outros problemas da mecânica, como controle de bola.

    Mesmo assim, nada disso justifica apresentar aos jogadores um game incompleto, com menos conteúdo e mais problemas do que a edição anterior e com preço de lançamento de primeira linha.

PONTOS NEGATIVOS

  • Controles difíceis de dominar
  • "PES 2014" apresenta mudanças profundas nos controles da série. Agora é possível controlar tanto a direção da bola quanto a direção do peso de apoio do atleta, o que possibilita inteligentes fintas de corpo.

    Novos dribles e arremates acompanham também formas inéditas de proteger, como fazer jogo de corpo com ombros e braços. O tempo de bola mudou um pouco para alguns passes e cruzamentos, enquanto chutes parecem mais precisos e afiados.

    Cobranças de bola parada agora exibem pontilhados para mostrar a trajetória da bola (que você pode desligar ao toque de um botão).

    Acredite, a série de ajustes é gigante, mas não necessariamente para melhor em relação ao "PES 2013". Por conta da nova engine, parece que todo o trabalho do passado foi descartado e o lance é começar do zero. Mais do que um aprimoramento do sistema de "PES 2013", o "PES 2014" apresenta uma maneira realmente nova de jogar futebol no videogame.

    Quem se dedicar a aprender (de novo) os fundamentos, treinar dribles, praticar jogadas ensaiadas e afins pode acabar se acostumando ao futebol complexo e estratégico de "PES 2014" e se divertir.

    A Master League e o editor de jogadores e equipes voltam com a qualidade de sempre e reforçam a ideia de que os jogadores muito dedicados conseguirão ter uma experiência divertida.

    Mesmo assim, o pedágio é caro. Diferente de "PES 2013" que conseguia oferecer boa profundidade sem abrir mão da facilidade de acesso (aliás, algo que a própria Konami destaca como uma das características mais fortes e tradicionais da série), o "PES 2014" é um futebol mais difícil de aprender e jogar e, por consequência, aproveitar. De cara, muita gente vai experimentar o game e se frustrar.
  • Falta de conteúdo
  • Lembra quando falei do preço cobrado pela nova engine? "PES 2014" sofre de tremenda falta de conteúdo em relação ao game anterior. Deixa eu corrigir: falta não, corte de conteúdo mesmo.

    Por conta de adaptações ao novo motor gráfico, "PES 2014" não possui partidas com chuva e neve, por exemplo. As animações das cenas de corte durante a partida são, na grande maioria, recicladas (já sabe, jogador brigando após falta é cartão vermelho...), enquanto problemas de licenciamento tiraram todos os estádios do campeonato espanhol e o divertido editor de estádios do game.

    Novas ligas latinas (como Argentina e Chile) são excelentes adições, mas executadas de forma duvidosa: se o craque Riquelme, do Boca Juniors, aparece com um visual em nada parecido com a vida real, o que esperar de outros jogadores dessas ligas?

    Tudo bem, a Konami promete corrigir este e outros vacilos via DLC, mas será então que não valia ter deixado o jogo mais um tempo em produção, no forno, pra chegar melhor às lojas? A pequena, mas existente, parcela de jogadores que não conectam seus videogames à internet deve concordar.

    Falando de internet, o ambiente online continua terreno problemático para a Konami. Os modos online voltam praticamente inalterados, em suas falhas e virtudes. Por um lado isso é boa notícia para quem já se diverte online com o "PES", mas não seria ruim dar atenção também a esta área - ainda mais considerando que o rival "FIFA" é excelente neste quesito.

    A lista vai longe. O problema maior é que "PES 2014" acaba sendo um jogo com menos conteúdo do que sua versão anterior - algo difícil de explicar e mais difícil ainda de entender por quem compra o jogo.

    A Konami promete que nos próximos meses muito conteúdo será lançado via DLC, como estádios e até novos modos de jogo - como partidas online de 11-contra-11 -, mas aí pergunto novamente: não teria sido melhor deixar o jogo mais algum tempo em desenvolvimento?
  • Narração problemática
  • Um dos aspectos mais divertidos e elogiados de "PES" é a narração em português, com os jornalistas Silvio Luiz e Mauro Beting.

    Pena que o "PES 2014" vacila neste ponto. O game mistura frases dos jogos anteriores com novas gravações, mas a diferença de qualidade entre os áudios é gritante. Áudios novos às vezes parecem abafados enquanto em outros momentos estouram no microfone.

    Para piorar, Silvio e Mauro tiveram mais liberdade para os diálogos e comentários, mas isso não foi bem encaixado no jogo. Em certas jogadas Silvio Luiz diz, por exemplo, que o desarme ou arremate foi "feito pelo...", deixando um espaço no final da frase para emendar o áudio do nome do jogador, mas o resultado é quase sempre lamentável. Isso quando o esquema não falha e Silvio fica no vácuo, esperando ele mesmo falar o nome do jogador.

    A dupla continua excelente, com piadas e um estilo único. No final das contas, as falhas da dublagem são mesmo no lado técnico. Seria melhor se tivessem mantido apenas as mesmas frases do "PES 2013"